sábado, 22 de novembro de 2014

Belle Époque

A Belle Époque (expressão francesa que significa bela época) foi um período de cultura cosmopolita na história da Europa que começou no fim do século XIX (1871) e durou até a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914. A expressão também designa o clima intelectual e artístico do período em questão. Foi uma época marcada por profundas transformações culturais que se traduziram em novos modos de pensar e viver o cotidiano.

Foi considerada uma era de ouro da beleza, inovação e paz entre os países europeus. Novas invenções tornavam a vida mais fácil em todos os níveis sociais, e a cena cultural estava em efervescência: cabarés, o cancan, e o cinema haviam nascido, e a arte tomava novas formas com o Impressionismo e a Art Nouveau. A arte e a arquitetura inspiradas no estilo dessa era, em outras nações, são chamadas algumas vezes de estilo "Belle Époque". Além disso "Belle Epóque" foi representada por uma cultura urbana de divertimento incentivada pelo desenvolvimento dos meios de comunicação e transporte , que aproximou ainda mais as principais cidades do planeta.

No Brasil, por exemplo, este período tem início em 1889, com a Proclamação da República, e vai até 1922, quando explode o Movimento Modernista, com a realização da Semana da Arte Moderna na cidade de São Paulo. A Belle Époque brasileira é, no entanto, instaurada lentamente no país, por meio de uma breve introdução que começa em meados de 1880, e depois ainda sobrevive até 1925, sendo aos poucos minada por novos movimentos culturais.

Esta era é até hoje relembrada como uma época de florescimento total do belo, de transformações, avanços e paz entre o território francês, onde este movimento se centralizou, e os países europeus mais próximos. No Brasil a ligação com a França é profunda nesta fase da História. Entre os membros da elite brasileira, era inconcebível não ir a Paris ao menos uma vez por ano, para estar sempre a par das mais recentes inovações. Em meados do século XIX, cinco importantes mostras internacionais organizadas na cidade-luz indicaram as novas inclinações estéticas aos artistas de
todo o mundo.

Uma delas, a de 1855, revelou uma oposição entre os seguidores do neoclassicismo de Dominique Ingres e os do romantismo de Eugéne Delacroix. Este saiu vitorioso do embate, estendendo seu triunfo ao movimento cultural por ele representado. Nesta mesma exposição o artista Gustave Courbet, ao ver seus trabalhos rejeitados, montou próximo ao salão das obras expostas seu Pavilhão do Realismo. Em 1867 seus esforços são recompensados, pois neste ano ele e sua obra tornam-se o centro das atenções, com
o êxito da escola realista.

Ao mesmo tempo, este período testemunhou a escalada do socialismo organizado e dos militantes operários. Os confrontos criados por este novo cenário, somados às controvérsias políticas então vigentes, geraram um posicionamento dos franceses entre a
esquerda e a direita. Mesmo com esta tensão no ar, o contexto desta época é lembrado como a era dourada, subitamente abalada pelo início da Primeira Guerra Mundial.

Mudanças profundas marcam o cotidiano da Belle Époque, provocadas pelo aparecimento de novas tecnologias como o telefone, o telégrafo sem fio, o cinema, a bicicleta, o automóvel, o avião, entre outras invenções. Paris se torna o centro cultural mundial, com seus cafés-concertos, balés, operetas, livrarias, teatros, boulevards e a alta costura inspirando e influenciando várias regiões do Planeta.

VESTIMENTA

Na França cinturas continuavam finas e s quadris volumosos, com ancas e anáguas tendo em mente o visual greco-romano, usando tecidos leves, rendas e drapés em cores claras ou estampas florais e muitas fitas.

Já na Inglaterra, as mulheres usavam o busto mais pesado, os corsets, então, mudam de forma para agradar o rei. Forçando o corpo a ficar ereto com o busto levantado e o quadril bem jogado para trás, fazendo com que o corpo fizesse a forma de um esse. A saia era lisa sobre os quadris e tinha forma de sino. Com rendas caindo sobre os decotes ou em qualquer outra parte do vestido. De dia vestido comportados, de noite grandes decotes muito brilho, penas babados, rufos, plissados entre outros ornamentos. As botas
cobriam as canelas e chapéus e flores adornavam a cabeça com coques.










ARTE 



O estilo chamado art nouveau ("arte nova" em português) foi típico da Belle Époque. Esta corrente artística surgiu nos finais do século XIX, em reação ao emprego abusivo na arte de motivos clássicos ou tradicionais. Em vez de se basear nos sólidos modernos da arte clássica, a art nouveau valorizava os ornamentos, as cores vivas e as curvas sinuosas baseadas nas formas elegantes das plantas dos animais e das mulheres. É uma arte essencialmente decorativa sendo as principais obras desse estilo fachadas de edifícios, objetos de decoração (móveis, portões, vasos), jóias, vitrais e azulejos. Um dos
pintores mais conhecido da Arte Nova é Alfonse Mucha.

Tendo surgido, acredita-se, de uma série de influências na arte, também na literatura, considera-se que entre os seus precursores estão William Morris e o movimento Arts and Crafts,o movimento Pré-Rafaelita, o Historicismo do Romantismo do Barroco, do
Revivalismo Gótico e Celta, William Blake e Walter Crane, as gravuras Japonesas, Oscar Wilde, o ideal wagneriano de Gesamtkunstwerk, de Aubrey Beardsley, a poesiasimbolista de Mallarmé e das pinturas de Toulouse Lautrec, Munch, Whistler, Nabis e Seurat.

Em literatura, considera-se que um dos principais precursores do estilo Art Nouveau Revivalismo Celta, especialmente na Inglaterra, Escócia, Irlanda e Escandinávia, o qual teria dado, voltando-se para as "épocas áureas" de cada país. Apesar dos motivos medievais de cavalaria usados por esta tendência literária, que contribui para a
Art Nouveau em outros gêneros artísticos, havia nesta escola um desejo da libertação do antigo e uma certa procura do novo, que refletiu-se em movimentos como o Novo Paganismo ou o Novo Hedonismo enquanto que O retrato de Dorian Gray de Oscar
Wilde "caracterizava-se pela Nova Voluptuosidade". 
.
A CULTURA DO DIVERTIMENTO

No fim do século XIX o êxodo rural, o desenvolvimento das comunicações e a eletricidade, aliadas ao crescimento urbano propiciaram o surgimento da cultura do divertimento. Essa cultura ganhou status social na burguesia através dos cabarés, onde era possível encontrar a fusão dos elementos da cultura erudita com os elementos das classes baixas.

A INDUSTRIA DO DIVERTIMENTO

A indústria do divertimento (parque de diversão e cinema) foi possível devido ao desenvolvimento da eletricidade e a diminuição da jornada de trabalho, fazendo com que os operários tivessem mais horas livres para o lazer. Os parques e os cinemas transformaram-se em divertimento de massa, porque o ingresso era barato e esses divertimentos provocavam um desprendimento momentâneo da realidade cotidiana das pessoas.


Referências atuais: 

Fernando Peixoto - Noivas 2014



Coleção Outono/Inverno Kukixo Belle Époque: 

https://www.youtube.com/watch?v=uwYZS2LatEs

Nenhum comentário:

Postar um comentário