sábado, 22 de novembro de 2014

Vanguardas Artísticas

As vanguardas européias foram os movimentos culturais que começaram na Europa no início do século XX, os quais iniciaram um tempo de ruptura com as estéticas precedentes, como o Simbolismo.
Nesse período, a Europa estava em clima de contentamento diante dos progressos industriais, dos avanços tecnológicos, das descobertas científicas e médicas, como: eletricidade, telefone, rádio, telégrafo, vacina anti-rábica, os tipos sanguíneos, cinema, RX, submarino, produção do fósforo. 

Ao mesmo tempo, a disputa pelos mercados financeiros (fornecedores e compradores) ocasionou a I Guerra Mundial. O clima estava propício para o surgimento das novas concepções artísticas sobre a realidade. Surgiram inúmeras tendências na arte, principalmente manifestos advindos do contraste social: de um lado a burguesia eufórica pela emergente economia industrial e, de outro lado, a marginalização e descontentamento da classe proletária e a intensificação do desemprego (especialmente após a queda da bolsa de Nova Iorque em 1929). 

O Brasil, por sua vez, passou de escravocrata para mão de obra livre, da Monarquia para República. Os movimentos culturais desse período, responsáveis por uma série de manifestos, são: Futurismo, Expressionismo, Cubismo, Dadaísmo, Surrealismo, chamados de vanguardas européias. Vanguardas, por se tratar de movimentos pioneiros da arte e da cultura e ― européias por terem origem na Europa.


FUTURISMO 

O futurismo é um movimento artístico e literário, que surgiu oficialmente em 20 de fevereiro de 1909 com a publicação do Manifesto Futurista, pelo poeta italiano Filippo Marinetti, no jornal francês Le Figaro. Os adeptos do movimento rejeitavam o moralismo e o passado, e suas obras baseavam-se fortemente na velocidade e nos desenvolvimentos tecnológicos do final do século XIX. Os primeiros futuristas europeus também exaltavam a guerra e a violência. O Futurismo desenvolveu-se em todas as artes e influenciou diversos artistas que
depois fundaram outros movimentos modernistas.
No primeiro manifesto futurista de 1909, o slogan era Les mots en liberté ("Liberdade para as palavras") e levava em consideração o design tipográfico da época, especialmente em jornais e na propaganda. Eles abandonavam toda distinção entre arte e design e abraçavam a propaganda como forma de comunicação. Foi um momento de exploração do lúdico, da linguagem vernácula, da quebra de hierarquia na tipografia tradicional, com uma predileção pelo uso de onomatopéias. Essas explorações tiveram grande repercussão no dadaísmo, no concretismo, na tipografia moderna, e no design gráfico pós-moderno. Surgiu na França, seus principais temas são as cores. 


Auto Retrato, Umberto Boccioni

DADAÍSMO

O movimento Dadá (Dada) ou Dadaísmo foi um movimento artístico da 
chamada vanguarda artística moderna iniciado em Zurique, em 1916, durante 
a Primeira Guerra Mundial, no chamado Cabaret Voltaire. Formado por um grupo de escritores, poetas e artistas plásticos – dois deles desertores do serviço militar alemão – liderados por Tristan Tzara, Hugo Ball e Hans Arp.Embora a palavra dada em francês signifique "cavalo de madeira", sua utilização marca o nonsense ou falta de sentido que pode ter a linguagem (como na fala de um bebê). Para reforçar esta ideia, estabeleceu-se o mito de que o nome foi escolhido aleatoriamente, abrindo-se uma página de um dicionário e inserindo um estilete sobre ela, de forma a simbolizar o caráter antirracional do movimento, claramente contrário à Primeira Guerra Mundial e aos padrões da arte estabelecida na época. Em poucos anos o movimentoalcançou, além de Zurique, as cidades de Barcelona, Berlim, Colônia, Hanôver, Nova York e Paris. Muitos de seus seguidores deram início posteriormente ao surrealismo, e seus parâmetros influenciam a arte até hoje."Eu redijo um manifesto e não quero nada, eu digo portanto certas coisas e soupor princípios contra manifestos (...). Eu redijo este manifesto para mostrar queé possível fazer as ações opostas simultaneamente, numa única frescarespiração; sou contra a ação pela contínua contradição, pela afirmaçãotambém, eu não sou nem para nem contra e não explico por que odeio o bom senso."
Tristan Tzara.



Byclicly Wheel, Duchamp 


FAUVISMO

O fauvismo (do francês fauvisme, oriundo de les fauves, "as feras", como foram chamados os pintores não seguidores do cânoneimpressionista, vigente à época) é uma corrente artística do início do século XX, que se desenvolveu sobretudo entre 1905 e 1907. O Dicionário Houaiss indica fovismo como um termo homônimo.
O estilo começou em 1901 mas só foi denominado e reconhecido como um movimento artístico em 1905. Segundo Henry Matisse, em"Notes d'un Peintre", pretendia-se com o fauvismo "uma arte do equilíbrio, da pureza e da serenidade, destituída de temas perturbadores ou deprimentes."
O fauvismo tem como características marcantes: a simplificação das formas e utilização maciça de cores puras; a pouca, ou nenhuma, gradação entre os matizes; as pinceladas, largas e definitivas, que continham espontânea gestualidade; a utilização da cor na delimitação dos planos e na sensação de profundidade; a escolha dos matizes sem relação com a realidade; o movimento rítmico sugerido pelas linhas, texturas e pela continuidade dos elementos desenhados; impulsividade e experimentação, em vez de exaustivos estudos preparatórios; temas cotidianos que retratavam emoções e a alegria de viver; a tradução de sensações elementares, no mesmo estado de graça das crianças e dos selvagens. 


La Deusense Jaune

ABSTRACIONISMO

A arte abstrata ou abstracionismo é geralmente entendido como uma forma de arte (especialmente nas artes visuais) que não representa objetos próprios da nossa realidadeconcreta exterior. Ao invés disso, usa as relações formais entre cores, linhas e superfícies para compor a realidade da obra, de uma maneira "não representacional". Surge a partir das experiências das vanguardas européias, que recusam a herança renascentista das academias de arte, em outras palavras, a estética greco-romana. A expressão também pode ser usada para se referir especificamente à arte produzida no início do século XX por determinados movimentos e escolas que genericamente encaixam-se na arte moderna.
No início do século XX, antes que os artistas atingissem a abstração absoluta, o termo também foi usado para se referir a escolas como o cubismo e o futurismo que, ainda que fossem representativas e figurativas, buscavam sintetizar os elementos da realidade natural, resultando em obras que fugiam à simples imitação daquilo que era "concreto".
O abstracionismo lírico, abstracionismo expressivo ou ainda abstracionismo informal inspirava-se no instinto, no inconsciente e na intuição para construir uma arte imaginária ligada a uma "necessidade interior". Foi influenciado pelo expressionismo, mais propriamente pelo movimento O Cavaleiro Azul.
As formas orgânicas e as cores vibrantes são patentes nessa vertente. O artista russo radicado na Alemanha Wassily Kandinsky inaugura o abstracionismo no Ocidente com sua Primeira Aquarela Abstrata, de 1910.
Kandinsky advoga o uso de formas abstratas como meio de atingir uma transcendência não através das formas reconhecíveis da realidade observável, como faz a arte tradicional acadêmica, mas através dos elementos puros da arte visual, como as linhas, as cores, as formas geométricas - o círculo, o quadrado, o triângulo - os pontos, etc. O artista faz analogias com a composição musical, que é uma arte abstrata por definição, para atingir a abstração na arte visual. Por isso, seus quadros são os primeiros a possuírem títulos que remetem à música - composição, ritmo, etc. O Abstracionismo geométrico, ao contrário do abstraccionismo lírico, foca na racionalização que depende da análise intelectual e científica. Foi influenciado pelo cubismo e pelo futurismo.


 
Wassily Kandinsky



CUBISMO 

Cubismo é um movimento artístico que surgiu no século XX, nas artes plásticas, tendo como principais fundadores Pablo Picasso e Georges Braque e tendo se expandido para a literatura e a poesia pela influência de escritores como John dos Passos e Vladimir Maiakovski.O quadro "Les demoiselles d'Avignon", de Picasso, 1907 é conhecido como marco inicial do Cubismo. Nele ficam evidentes as referências a máscaras africanas, que inspiraram a fase inicial do cubismo, juntamente com a obra de Paul Cézanne.
O Cubismo tratava as formas da natureza por meio de figuras geométricas, representando as partes de um objeto no mesmo plano. A representação do mundo passava a não ter nenhum compromisso com a aparência real das coisas.
Historicamente o Cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois para ele a pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. Entretanto, os cubistas foram mais longe do que Cézanne. Passaram a representar os objetos com todas as suas partes num mesmo plano. É como se eles estivessem abertos e apresentassem todos os seus lados no plano frontal em relação ao espectador.
Na verdade, essa atitude de decompor os objetos não tinha nenhum compromisso de fidelidade com a aparência real das coisas. O pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa superfície plana, sob formas geométricas, com o predomínio de linhas retas. Não representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos. Representa-os como se movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por
cima e por baixo, percebendo todos os planos e volumes. 

Homem no Café - Juan Gris (1914)


O expressionismo foi um movimento artístico e cultural de vanguarda surgido na Alemanha no início do século XX, transversal aos campos artísticos da arquitetura, artes plásticas, literatura, música, cinema, teatro, dança e fotografia. Manifestou-se inicialmente através da pintura, coincidindo com o aparecimento do fauvismo francês, o que tornaria ambos os movimentos artísticos os primeiros representantes das chamadas "vanguardas históricas". Mais do que meramente um estilo com características em comum, o Expressionismo é
sinónimo de um amplo movimento heterogéneo, de uma atitude e de uma nova
forma de entender a arte, que aglutinou diversos artistas de várias tendências,
formações e níveis intelectuais. 
O movimento surge como uma reação ao positivismo associado aos movimentos impressionista e naturalista, propondo uma arte pessoal e intuitiva, onde predominasse a visão interior do artista – a "expressão" – em oposição à mera observação da realidade – a "impressão". O expressionismo compreende a deformação da realidade para expressar de
forma subjectiva a natureza e o ser humano, dando primazia à expressão de sentimentos em relação à simples descrição objetiva da realidade. Entendido desta forma, o expressionismo não tem uma época ou um espaço geográfico definidos, e pode mesmo classificar-se como expressionista a obra de autores tão diversos como o holandês Piet Zwiers, Matthias Grünewald, Pieter Brueghel, o Velho, El Greco ou Francisco de Goya. Alguns historiadores, de forma a estabelecer uma distinção entre termos, preferem o uso de "expressionismo" – em minúsculas – como termo genérico, e "Expressionismo" – com inicial maiúscula – para o movimento alemão.Através de uma paleta cromática vincada e agressiva e do recurso às temáticas da solidão e da miséria, o expressionismo é um reflexo da angústia e ansiedade que dominavam os círculos artísticos e intelectuais da Alemanha durante os anos anteriores à Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e que se prolongaria
até ao fim do período entre-guerras (1918-1939). Angústia que suscitou um desejo veemente de transformar a vida, de alargar as dimensões da imaginação e de renovar a linguagem artística. 
O expressionismo defendia a liberdade individual, o primado da subjetividade, o irracionalismo, o arrebatamento e os temas proibidos – o excitante, diabólico, sexual, fantástico ou perverso. 
Pretendeu ser o reflexo de uma visão subjectiva e emocional da realidade, materializada através da expressividade dos meios plásticos, que adquiriram uma dimensão metafísica, abrindo os sentidos ao mundo interior. Muitas vezes visto como genuína expressão da alma alemã, o seu carácter existencialista, o seu anseio metafísico e a sua visão trágica do ser humano são características inerentes a uma concepção existencial aberta ao mundo espiritual e às questões da vida e da morte. Fruto das peculiares circunstâncias históricas em que surge, o expressionismo veio revelar o lado pessimista da vida  e a angústia
existencialista do indivíduo, que na sociedade moderna, industrializada, se vê
alienado e isolado.
O expressionismo não foi um movimento homogéneo, coexistindo vários polos
artísticos com uma grande diversidade estilística, como a corrente modernista (Munch), fauvista (Rouault), cubista e futurista (Die Brücke), surrealista (Klee), ou a abstracta(Kandinsky). Embora o seu maior polo de difusão se encontrasse na Alemanha, o expressionismo manifestou-se também por meio de artistas provenientes de outras partes
da Europa como Modigliani, Chagall, Soutine ou Permeke, e no continente americanocomo, por exemplo, os mexicanos Orozco, Rivera, Siqueiros e o brasileiro Portinari. Na Alemanha
existiram dois grupos dominantes:Die Brücke (fundado em 1905), e Der Blaue Reiter (fundado em 1911), embora tenha havido artistas independentes e não afiliados com nenhum dos grupos. Depois da Primeira Guerra Mundial surge a Nova Objetividade que, embora tenha sido uma reação ao individualismo expressionista e procurasse a função social na arte, a sua distorção das formas e o seu intenso colorido fazem do grupo um herdeiro direto da primeira geração expressionista.


SURREALISMO 


O Surrealismo foi um movimento artístico e literário nascido em Paris na década de 1920, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo no período entre as duas Grandes Guerras Mundiais. Reúne artistas anteriormente ligados ao Dadaísmo ganhando dimensão mundial.
Fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas do psicólogo Sigmund Freud (1856-1939), o surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa. Um dos seus objetivos foi produzir uma arte que, segundo o movimento, estava sendo destruída pelo racionalismo. O poeta e crítico André Breton (1896-1966) era o principal líder e mentor deste movimento. A palavra surrealismo supõe-se ter sido criada em 1917 pelo poeta Guillaume Apollinaire (1886-1918), jovem artista ligado ao Cubismo, e autor da peça
teatral As Mamas de Tirésias (1917), considerada uma precursora do
movimento.
Um dos principais manifestos do movimento é o Manifesto Surrealista de (1924). Além de Breton, seus representantes mais conhecidos são Antonin Artaud no teatro, Luis Buñuel no cinema e Max Ernst, René Magritte e Salvador Dalí no campo das artes plásticas.
As características deste estilo: uma combinação do representativo, do abstrato, do irreal e do inconsciente. Entre muitas das suas metodologias estão a colagem e a escrita automática. 
Segundo os surrealistas, a arte deve libertar-se das exigências da lógica e da razão e ir além da consciência cotidiana, procurando expressar o mundo do inconsciente e dos sonhos. No manifesto e nos textos escritos posteriores, os surrealistas rejeitam a
chamada ditadura da razão e valores burgueses como pátria, família, religião, trabalho e honra. Humor, sonho e a contra lógica são recursos a serem utilizados para libertar o homem da existência utilitária. 
Segundo esta nova ordem, as ideias de bom gosto e decoro devem ser subvertidas. Mais do que um movimento estético, o surrealismo é uma maneira de enxergar o mundo, uma vanguarda artística que transcende a arte. Busca restaurar os poderes da imaginação, castrados pelos limites do utilitarismo da sociedade burguesa, e superar a contradição entre objetividade e subjetividade, tentando consagrar uma poética da alucinação, de ampliação da consciência. Breton declara no Primeiro Manifesto sua crença na possibilidade de reduzir dois estados aparentemente tão contraditórios, sonho e realidade, a uma espécie de realidade absoluta, de sobre-realidade.
A escrita automática procura buscar o impulso criativo artístico através do acaso e do fluxo de consciência despejado sobre a obra. Procura-se escrever no momento, sem planejamento, de preferência como uma atividade coletiva que vai se completando. Uma pessoa escreve algo num papel e outro completa, mas não de maneira lógica, passando a outro que dá sequência. O filme Um Cão Andaluz, de Luis Buñuel, por exemplo, é formado por partes de um sonho de Salvador Dalí e outra parte do próprio diretor, sem necessariamente objetivar-se uma lógica consciente e de entendimento, mas um discurso inconsciente que procura dialogar com outras leituras da realidade.
Esse e outros métodos, no entanto, não eram exercícios gratuitos de caráter estético, mas, como disse Octavio Paz, seu propósito era subversivo: abolir esta realidade que uma sociedade vacilante nos impôs como a única verdadeira. Para além de criar uma arte nova, criar um homem novo.


A tentação de Santo Antonio (Salvador Dalí)


Thaís Araujo em ensaio futurista. 

Belle Époque

A Belle Époque (expressão francesa que significa bela época) foi um período de cultura cosmopolita na história da Europa que começou no fim do século XIX (1871) e durou até a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914. A expressão também designa o clima intelectual e artístico do período em questão. Foi uma época marcada por profundas transformações culturais que se traduziram em novos modos de pensar e viver o cotidiano.

Foi considerada uma era de ouro da beleza, inovação e paz entre os países europeus. Novas invenções tornavam a vida mais fácil em todos os níveis sociais, e a cena cultural estava em efervescência: cabarés, o cancan, e o cinema haviam nascido, e a arte tomava novas formas com o Impressionismo e a Art Nouveau. A arte e a arquitetura inspiradas no estilo dessa era, em outras nações, são chamadas algumas vezes de estilo "Belle Époque". Além disso "Belle Epóque" foi representada por uma cultura urbana de divertimento incentivada pelo desenvolvimento dos meios de comunicação e transporte , que aproximou ainda mais as principais cidades do planeta.

No Brasil, por exemplo, este período tem início em 1889, com a Proclamação da República, e vai até 1922, quando explode o Movimento Modernista, com a realização da Semana da Arte Moderna na cidade de São Paulo. A Belle Époque brasileira é, no entanto, instaurada lentamente no país, por meio de uma breve introdução que começa em meados de 1880, e depois ainda sobrevive até 1925, sendo aos poucos minada por novos movimentos culturais.

Esta era é até hoje relembrada como uma época de florescimento total do belo, de transformações, avanços e paz entre o território francês, onde este movimento se centralizou, e os países europeus mais próximos. No Brasil a ligação com a França é profunda nesta fase da História. Entre os membros da elite brasileira, era inconcebível não ir a Paris ao menos uma vez por ano, para estar sempre a par das mais recentes inovações. Em meados do século XIX, cinco importantes mostras internacionais organizadas na cidade-luz indicaram as novas inclinações estéticas aos artistas de
todo o mundo.

Uma delas, a de 1855, revelou uma oposição entre os seguidores do neoclassicismo de Dominique Ingres e os do romantismo de Eugéne Delacroix. Este saiu vitorioso do embate, estendendo seu triunfo ao movimento cultural por ele representado. Nesta mesma exposição o artista Gustave Courbet, ao ver seus trabalhos rejeitados, montou próximo ao salão das obras expostas seu Pavilhão do Realismo. Em 1867 seus esforços são recompensados, pois neste ano ele e sua obra tornam-se o centro das atenções, com
o êxito da escola realista.

Ao mesmo tempo, este período testemunhou a escalada do socialismo organizado e dos militantes operários. Os confrontos criados por este novo cenário, somados às controvérsias políticas então vigentes, geraram um posicionamento dos franceses entre a
esquerda e a direita. Mesmo com esta tensão no ar, o contexto desta época é lembrado como a era dourada, subitamente abalada pelo início da Primeira Guerra Mundial.

Mudanças profundas marcam o cotidiano da Belle Époque, provocadas pelo aparecimento de novas tecnologias como o telefone, o telégrafo sem fio, o cinema, a bicicleta, o automóvel, o avião, entre outras invenções. Paris se torna o centro cultural mundial, com seus cafés-concertos, balés, operetas, livrarias, teatros, boulevards e a alta costura inspirando e influenciando várias regiões do Planeta.

VESTIMENTA

Na França cinturas continuavam finas e s quadris volumosos, com ancas e anáguas tendo em mente o visual greco-romano, usando tecidos leves, rendas e drapés em cores claras ou estampas florais e muitas fitas.

Já na Inglaterra, as mulheres usavam o busto mais pesado, os corsets, então, mudam de forma para agradar o rei. Forçando o corpo a ficar ereto com o busto levantado e o quadril bem jogado para trás, fazendo com que o corpo fizesse a forma de um esse. A saia era lisa sobre os quadris e tinha forma de sino. Com rendas caindo sobre os decotes ou em qualquer outra parte do vestido. De dia vestido comportados, de noite grandes decotes muito brilho, penas babados, rufos, plissados entre outros ornamentos. As botas
cobriam as canelas e chapéus e flores adornavam a cabeça com coques.










ARTE 



O estilo chamado art nouveau ("arte nova" em português) foi típico da Belle Époque. Esta corrente artística surgiu nos finais do século XIX, em reação ao emprego abusivo na arte de motivos clássicos ou tradicionais. Em vez de se basear nos sólidos modernos da arte clássica, a art nouveau valorizava os ornamentos, as cores vivas e as curvas sinuosas baseadas nas formas elegantes das plantas dos animais e das mulheres. É uma arte essencialmente decorativa sendo as principais obras desse estilo fachadas de edifícios, objetos de decoração (móveis, portões, vasos), jóias, vitrais e azulejos. Um dos
pintores mais conhecido da Arte Nova é Alfonse Mucha.

Tendo surgido, acredita-se, de uma série de influências na arte, também na literatura, considera-se que entre os seus precursores estão William Morris e o movimento Arts and Crafts,o movimento Pré-Rafaelita, o Historicismo do Romantismo do Barroco, do
Revivalismo Gótico e Celta, William Blake e Walter Crane, as gravuras Japonesas, Oscar Wilde, o ideal wagneriano de Gesamtkunstwerk, de Aubrey Beardsley, a poesiasimbolista de Mallarmé e das pinturas de Toulouse Lautrec, Munch, Whistler, Nabis e Seurat.

Em literatura, considera-se que um dos principais precursores do estilo Art Nouveau Revivalismo Celta, especialmente na Inglaterra, Escócia, Irlanda e Escandinávia, o qual teria dado, voltando-se para as "épocas áureas" de cada país. Apesar dos motivos medievais de cavalaria usados por esta tendência literária, que contribui para a
Art Nouveau em outros gêneros artísticos, havia nesta escola um desejo da libertação do antigo e uma certa procura do novo, que refletiu-se em movimentos como o Novo Paganismo ou o Novo Hedonismo enquanto que O retrato de Dorian Gray de Oscar
Wilde "caracterizava-se pela Nova Voluptuosidade". 
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A CULTURA DO DIVERTIMENTO

No fim do século XIX o êxodo rural, o desenvolvimento das comunicações e a eletricidade, aliadas ao crescimento urbano propiciaram o surgimento da cultura do divertimento. Essa cultura ganhou status social na burguesia através dos cabarés, onde era possível encontrar a fusão dos elementos da cultura erudita com os elementos das classes baixas.

A INDUSTRIA DO DIVERTIMENTO

A indústria do divertimento (parque de diversão e cinema) foi possível devido ao desenvolvimento da eletricidade e a diminuição da jornada de trabalho, fazendo com que os operários tivessem mais horas livres para o lazer. Os parques e os cinemas transformaram-se em divertimento de massa, porque o ingresso era barato e esses divertimentos provocavam um desprendimento momentâneo da realidade cotidiana das pessoas.


Referências atuais: 

Fernando Peixoto - Noivas 2014



Coleção Outono/Inverno Kukixo Belle Époque: 

https://www.youtube.com/watch?v=uwYZS2LatEs

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Romantismo & Era Vitoriana

Refere-se a um período do século XIX, no qual foi marcado por transformações sociais e econômicas, devido a Revolução Francesa e Industrial, surgindo novos padrões de apresentação da imagem pública e do desenvolvimento tecnológico e industrialização.
Devido ao grande avanço da Industrialização e produção, acidentes de trabalho eram comuns, pois sofriam com péssimas condições de trabalho.
Houve o surgimento da fotografia e da eletricidade, sendo um dos influenciadores na divulgação das artes e moda, com o surgimento da eletricidade, surgiram novos costumes.
O Romantismo & Era Vitoriana envolve nostalgia, com lembranças do passado e com isso a fuga da realidade, tais sentimentos expressados através de manifestações comunicadas pela arte, literatura e vestuário.
Através da produção em massa, surge à busca pela diferenciação e novo padrão de consumo, surge então a Alta Costura criada pelo Charles Frederick Worth, buscando a arte com a costura artesanal, individualismo e exclusividade, um trabalho minucioso e rico em detalhes.

O Romantismo & Era Vitoriana no Vestuário
Houve inovações de significados nas vestimentas masculinas e femininas. Com a Revolução Francesa e Industrial, a produção em massa era acelerada, surge à busca pela diferenciação social. Surge então a Alta Costura no qual instaura uma diferenciação de preços, técnicas, objetivos, de modo que a sociedade divide-se em classes, contrastando com modos de vida e aspirações.
A confecção industrial opõe-se a ela com a produção de massa, em série, com o custo mais baixo sendo assim barata, em alguns momentos podendo imitar de perto ou de longe os modelos renomado de grifes de Alta Costura.

Moda feminina

No Vestuário feminino, o uso de espartilhos para marcar a cintura no qual volta ao lugar, saia mais armada e rodada, usando o suporte de anáguas e crinolinas para dar volume na peça. Decote e mangas podendo variar, tecido rico e trabalhado, chapéus e luvas também eram usados.

Moda masculina

No vestuário masculino, o Dandismo de George Brummell, era comum entre os homens, não só no vestuário, mas também no comportamento e na postura, aparecendo com algumas alterações como a mistura de estampas em principal o uso do xadrez, tecidos diversos e coloridos.
Vestuário era impecável, alguns elementos como cartolas, lenços, gola mais baixa, roupas ajustadas. As calças ajustadas no tornozelo, as camisas com o colarinho em pé, gravatas amarradas com mais folga, mangas justas e acabavam no punho. Casacos com botões abertos e coletes; também usavam para marcar a cintura o espartilho masculino. Os bigodes eram sinal de elegância, cabelos e bigodes moldados com gordura.




















O Romantismo & Era Vitoriana nas Artes

Nas artes era expressado sentimentos de pesadelo, terror, medo e sonhos. Alguns principais obras de artistas como:

Goya


O sono da razão produz monstros (1799)


Saturno devorando um filho (1818 - 1823)

Henry Fuseli


O pesadelo (1802)


John Constable


Boat-building near Flatford Mill (1815) 


Turner



Erupção do Vesúvio (1817)

Bierstadt


 Indians Spear Fishing (1862) 



O Romantismo & Era Vitoriana na Literatura:

Clássicos como Drácula de Bram Stoker e Frankenstein de Mary Stelley. 



Mary Shelley (1818) 


Bram Stoker (1897)


O Romantismo & Era Vitoriana no cinema:


A jovem rainha Victória



Orgulho e preconceito. 


O Romantismo & Era Vitoriana na Moda Contemporânea:



Coleção 2013 Rainha Vitória, por Solaine Piccoli.



Alexandre Herchcovitch, Outono/Inverno 2014










Alexander McQueen, Primavera/ Verão 2014


Trabalho prático feito em aula: